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Sensibilidade versus preconceito

  • Ana Maria Rodrigues
  • 16 de out. de 2013
  • 3 min de leitura

Era dois de outubro. Segundo o Facebook, exatamente 20h.

Aos mais de setecentos mil que curtem a página do Banco do Brasil na rede social, foi mostrada uma peça publicitária com desenhos simpáticos. “Mas o quê? Ali embaixo, nos dois quadros… é um homem com um homem? E uma mulher com uma mulher?!”, pode ter pensado um internauta mais conservador. Outro, mais apoiador da causa, clama: “Sim, esse banco é bom pra todos!”. Nos comentários da publicação, entre algumas reclamações sobre a greve, aprovação geral. Entre aqueles contra, os comentários eram “camuflados” em frases como: “A prioridade deveria ser a greve, que dificulta a vida das verdadeiras famílias!”

E entra a questão: era prioridade lançar uma publicidade assim – a chamada publicidade gay?

A Folha de São Paulo, no dia 22 de setembro, postou uma notícia intitulada “Publicidade gay ainda não saiu do armário no Brasil”. O destaque fica com uma peça publicitária de uma construtora. “Publicado em agosto”, diz a jornalista, o anúncio é taxado de “raro exemplo” da tal vertente da publicidade.

Quatro dias depois, no dia 26, explode uma declaração do presidente de uma marca de massas italiana: “Eu nunca faria um anúncio com uma família homossexual”. Continuou, afirmando que bastava os gays deixarem de comprar seus produtos se não gostarem da decisão. Arrematou dizendo que o conceito de “família” era fundamental para a companhia. A repercussão foi péssima, não só os gays quiseram mudar de marca, e a empresa lançou nota pedindo desculpas aos funcionários e consumidores.

Os três parágrafos acima narram situações diversas, vividas em pouco menos de duas semanas. Qual seria a real necessidade – prioridade – de haver anúncios e peças destinados ao público LGBT, especificamente? Há quem defenda, há quem ataque, entre simpatizantes ou não. É válido, e muito, tais propagandas serem veiculadas normalmente, naturalmente, como a questão deve ser tratada, mas opositores alegam que cria-se, assim, uma espécie de “gueto” estereotipado. Mas não é disso que vive a publicidade, de ter destino e públicos específicos? As repercussões do caso do presidente da empresa italiana, por exemplo, estão, majoritariamente, em sites de negócios, como o da Revista Exame, onde são discutidos o lucro, o prejuízo, os erros e acertos do marketing da marca…Tudo se trata de capitalizar, de ganhar dinheiro.

Os dois pontos de vista são válidos, e ambos tem argumentos convincentes. A conclusão mais imparcial que se dá para tirar da discussão é significativa: viva a diversidade!

Visões Sensíveis

Em meio a discussões sobre homofobia, direitos LGBT e outras questões relacionadas à sexualidade, abaixo você pode conferir algumas iniciativas que abordam essa temática de uma maneira sensível e longe de preconceitos.

1.Daddy’s Roommate

Um livro infantil alemão conta a história de um casal homossexual pela perspectiva da criança que convive com os dois, após o pai e a mãe terem se divorciado. O livro propõe mostrar uma visão inocente e sem preconceitos, típicas da infância, ao relatar a história do casal. Uma lição contra a homofobia.

Quer dar uma olhada? Confira no link: http://www.ideafixa.com/a-homosexualidade-segundo-um-livro-infantil-alemao/

2.Amor, seja como for

No Rio Grande do Sul, o governo do Estado lançou uma campanha contra a homofobia intitulada “Amor, seja como for: Respeitar a diversidade é promover a igualdade”. As peças publicitárias estão em 30 outdoors da Região Metropolitana de Porto Alegre e circulam, também, nos ônibus da capital gaúcha, em 80 busdoors (a publicidade colocada na janela traseira dos ônibus). Todas as peças são ilustradas com casais reais.

A campanha foi lançada no fim de agosto como iniciativa do Programa Rio Grande sem Homofobia, promovido pela Coordenadoria de Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-lino/governo-do-rs-usa-casais-lgbt-reais-em-campanha-3259.html

3.Porque somos diversos

Em uma das ações do projeto Ver Pra Crer, desenvolvido pela Liga Experimental de Comunicação, a temática LGBT foi o tema principal e rendeu a produção de algumas tirinhas feitas pelo estudante de Jornalismo Jadiel Félix de Lima. As tirinhas retratam a temática com bom humor que provoca a reflexão.

Fonte: http://www.liga.ufc.br/?p=1139

4. A sexualidade segundo Duvivier

Colunista do jornal Folha de São Paulo, o ator e escritor Gregório Duvivier publica texto “É menino“, recheado de experiências vividas por um homossexual durante o percurso trilhado desde o seu nascimento até o amadurecimento pessoal. Com um imenso teor crítico à sociedade atual, Duvivier cria uma atmosfera combatente às ideias preconceituosas cotidianas de forma inovadora e afronta as mais diversas colocações tradicionalistas.

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