“A humanidade devia caminhar por um momento em que a expressão de gênero fosse pós-gênero, liberada dessas tábuas da lei.” Laerte, 2012
As questões de gênero sempre me chamaram muito a atenção. As pessoas que assumem uma maneira aparentemente indefinida de se apresentar para o mundo despertam meu interesse desde que as primeiras ideias de “existência” passaram pela minha cabeça. A minha ligação pessoal com o assunto surgiu a partir de um aspecto: a androginia e a transgeneridade foram duas alternativas que, com o tempo, traduziram perfeitamente a minha noção de liberdade, não só de expressão, mas de SER.
Em torno desse tema o seguinte ensaio foi feito. Vi em uma amiga, que se identifica com o assunto e talvez saiba mais dele do que eu, o modelo perfeito de tudo o que penso sobre a liberdade de gênero. A partir dela, tento mostrar um ser humano que não perde tempo tentando se definir, mas que caminha entre distintas formas de expressão e que consegue, dentro das próprias determinações, olhar para si mesmo como se olhasse para outra pessoa.
Com contrastes de luzes nas fotos, quis transmitir os grandes contrastes ideológicos que todos nós humanos representamos como seres sociais, e como protagonistas de um grande (e libertador) paradoxo.