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De mãos dadas, na luta pela educação


Foto: Reprodução/@felipoxvx

Em outubro de 2018, quando Jair Messias Bolsonaro recebeu a maioria dos votos nas eleições presidenciais, um sentimento de angústia tomou conta de grande parte dos brasileiros. A onda negativa que se instalou naquele momento não combinava com a noção de “democracia” que caracteriza o voto popular. Em um contexto de intolerância, extremismos e brigas ideológicas, uma parcela dos brasileiros se segurava para não cair. A gente prometeu não soltar a mão de ninguém.

Em quase cinco meses de gestão, a instabilidade do Governo assolou o País. Entre fake news, medidas intransigentes e declarações absurdas, o Presidente e sua equipe protagonizam a tentativa de desmantelamento de instituições e de projetos em diversos setores.

Desta vez, a vítima é a educação. O orçamento de todos os institutos federais e das universidades públicas ligadas à União deve sofrer bloqueio de cerca de 30% no segundo semestre de 2019, conforme anunciado em 30 de abril pelo governo.

Utilizando chocolates e cálculos equivocados para explicar a atrocidade, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, debochou do brasileiro e subestimou a inteligência do povo que deveria proteger. Os cortes do conhecimento não chegam aos pés de uma dramatização com doces. São universidades, são sonhos de um ensino superior, de uma qualificação profissional, de uma vida melhor. A democratização do saber está em risco.

Isso não acontece por acaso. Em um governo que passa por crises financeiras, cortes não são feitos aleatoriamente. Mais do que seguir um raciocínio econômico, as medidas pretendem estabelecer um projeto ideológico no qual o pensamento crítico não tem espaço. A suposta “balbúrdia” que o ministro afirma caracterizar algumas universidades públicas soa como tentativa de abafar a imoralidade dos discursos e as prioridades desonestas escolhidas pelo poder executivo.

Mais uma vez o povo dá as mãos e segue rumo às ruas para lutar contra a retirada de direitos básicos. A Liga Experimental de Comunicação caminha junto aos que lutam pela qualidade da educação e pela manutenção das instituições públicas de ensino no Brasil. Sem hesitar, nos mantemos ao lado das universidade públicas, marcadas, definitivamente, não pela suposta “balbúrdia”, mas pela promoção de ciência, cultura e arte. Seguiremos firmes, de encontro ao plano de sucateamento do ensino superior.

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