Em defesa de cidades e espaços inclusivos ao idoso
- Malu Justa
- 1 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de out. de 2020
Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, o 1º de outubro nos coloca a refletir sobre a necessidade urgente de políticas e estratégias de inclusão da pessoa idosa no espaço urbano

O 1º de outubro foi concebido como o Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991, durante a aprovação da Resolução 46/91, que trata dos direitos dos idosos e cria espaços de debate sobre o respeito e a dignidade dessas pessoas.
No Brasil, a lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, estabeleceu o Estatuto do Idoso, uma legislação que dispõe os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos.
Com o rápido envelhecimento da população mundial, a necessidade de se criar cidades e espaços inclusivos também é um assunto emergencial a ser debatido nesta data.
Para isso, governantes e cidadãos devem estar cientes do papel social que devem desempenhar, desde o respeito e auxílio às pessoas idosas, até políticas e estratégias, nos mais variados setores, que possam garantir e defender os direitos destas pessoas idosas, conseguidos com extrema dedicação e empenho daqueles que nos precederam, para que as pessoas idosas tenham um envelhecimento com qualidade de vida, dignidade e exercício pleno da cidadania.
A comemoração deste dia deve ser promovida com o objetivo de possibilitar a reflexão de todos sobre as necessidades enfrentadas por esse público específico para que possam ter qualidade de vida.
A pessoa idosa precisa de uma atenção multidisciplinar, que possa promover sua inclusão social e cidadã nos cuidados, no acesso a informações dos seus direitos sociais e legais, nas atividades físicas, artísticas, sociais e de lazer, visando atender à pessoa idosa na sua necessidade prioritária.
A qualidade de vida dos indivíduos é feita a partir da percepção do corpo, da mente, das relações sociais e do meio ambiente em que vive, traduzindo-se na percepção biopsicossocial.
Devemos observar e determinar quais atividades são necessárias para cada uma dessas percepções e, prontamente, já colocar em prática as ações para se conseguir alcançar essa qualidade de vida.
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Corpo, mente e sociabilidade
Na percepção do corpo (bio), devemos levar em consideração os hábitos, a prática de atividade física, as doenças existentes ou não, os relatos de dores e as atitudes pessoais de cada idoso.
Na percepção da mente (psico), devemos considerar os relatos da vida pregressa da pessoa idosa, sua infância, sua adolescência, sua idade adulta jovem e até a fase atual; avaliar as medicações que utilizaram, seu nível de estresse e qual sua percepção de alegria e contentamento.
Na percepção das relações e do ambiente (social), devemos observar suas relações, com quem vive, onde vive, como vive, seu nível de escolaridade e conhecimento, bem como seu estado de autonomia ou dependência.
Com essas observações, abrimos espaço para avaliar o envelhecimento e a velhice, considerando os fatores percebidos que podem melhorar a qualidade de vida entre as pessoas idosas.
Para isso, é necessário reunir diferentes profissionais, das diferentes áreas, objetivando um maior conhecimento sobre o fenômeno do envelhecimento, e principalmente como envelhecer de forma ativa e saudável, priorizando esses esforços na manutenção da independência, autonomia e qualidade de vida das pessoas idosas e então, poder comemorar esta data de forma efetiva.
*Malu Justa tem 66 anos, é pedagoga aposentada, especialista em Gerontologia e atua, desde 2007, na defesa dos direitos da pessoa idosa, hoje integra, como conselheira titular, o Conselho Estadual dos Direitos do Idoso CEDI-CE; o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Fortaleza -CMDPI; além de ser membro do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso-Focepi e da Associação Beneficente Social Passo a Passo para Idosos-ABSPI.